Essa minha ultima postagem sobre o Tsuru veio por coincidencia, se e' que existe coincidencia, quando trouxe imbutida uma mensagem sobre a paz nesse dia de hoje, 06 de agosto, dia em que e' celebrada a Paz no Japao. Internacionalmete e declarada pela ONU em 1981, a PAZ e' celebrada 21 de Setembro anualmente, mas deveria ser praticada diariamente por cada um de no's!
Desde a antiguidade o “tsuru” ocupa um lugar privilegiado no mundo do origami. Representa a paz, a saúde, a longevidade e a fortuna, motivo pelo qual está sempre presente nas festas de ano novo, casamento, nascimento e nas comemorações festivas em geral, fazendo-se presente nos enfeites e embalagens.
Diz-se que ao dobrarmos mil "tsuru", o chamado “semba tsuru” com o pensamento voltado para aquilo que deseja alcançar, os nossos desejos serão realizados, ou ainda que ao oferecê-los a uma pessoa doente, estaremos transmitindo-lhe o nosso desejo para o seu completo restabelecimento. Ao dobrar cada figura, a pessoa deposita nela toda a fé, esperança, carinho e energia, na recuperação desta pessoa.
No mausoléu erguido em homenagem aos que morreram na tragédia atômica de Hiroxima, todos os anos no Dia da Paz (06/08) - são depositados vários conjuntos de “semba tsuru”, vindos de todas as partes do Japão, inclusive de outros países. São feitos por alunos de escolas, associações, enfim por um grupo de pessoas que se unem para pedir uma coisa: a Paz.
Vamos refletir um pouco hoje sobre a duvida... Sera’ que parar e pensar em alguma outra alternativa diante de uma situação faria alguma diferença, ou ter sempre a intuição ligada e’ o que realmente importa?
Não houve sequer um dia que eu não parasse pra analizar o que realmente importa na minha vida, o que realmente poderia fazer a diferença no mundo, ou seria o meio que induziria o homem a agir de uma maneira mais adequada? Mas a dificuldade para entender pode também ser vista como uma duvida, nem sempre assumida, ou simplesmente para admitir como verdadeiro.
Incerteza, vacilação sobre a realidade de alguém ou de um fato, hesitação em tomar uma decisão diante diversas opiniões...Muitas vezes as pessoas se escondem atrás das duvidas pra não terem que tomar decisões, não terem que assumir pontos de vista que possam compromete-las.
Que e’ possível duvidar das nossas sensações, das nossas imaginações e dos nossos pensamentos, e’ coisa que qualquer um de no’s pode testemunhar. Que e’ possível colocar todas as nossas representações entre parênteses, reduzindo o mundo a uma hipótese, e’ também certo. Descartes nos assegura ter encontrado a certeza da duvida: a duvida e’ um pensamento e, no instante em que penso, não posso duvidar do que penso.
Ser ou não ser? Eis a questão!
“La verdad es lo que es y sigue siendo verdad
aunque se piense al reve’s.”
Antonio Machado
Por que tenho essa forma?, obra aberta e mutante, constrói-se na articulação entre as linguagens da dança, da música e da luz. Compõe-se no trânsito, proposto pelos artistas de diferentes áreas, que criam a poética do espetáculo ao favorecer, com seu ser/fazer artístico, possíveis relações entre corpo, espaço e tempo. Mas o que e’ o tempo quando o amor ja nao existe mais, ja nao faz parte da nossa vida atual? O que e’ o tempo quando deixamos de pensar como ontem, de acreditar nas pessoas ou simplesmente nos damos conta da maledeta voz da razao! Entre movimetos nascidos de exercicios de improvisacao dirigidos por Zelia Monteiro, Por que tenho essa forma? retrata tambem esse espaco existente no nosso corpo, meio pelo qual as sensacoes e percepcoes acontecem.
O que dura, na verdade, sao as necessidades vitais do corpo, pois materializa o que vem depois do inicio e antes do fim. E aquele amor? Esta no passado do tempo proposto agora ou ficou no inicio do percurso do espaco atual?
“E’ preciso fazer desfazendo
pois o presente esta’ sempre
ultrapassado ou sempre no pro’ximo instante.”
Alberto Giacometti
E foi por mais uma de minhas andancas pelo Centro de Sao Paulo que encontrei outro artista fascinante, entretendo o publico com uma das melhores performances que ja vi. Em meio a agitada 25 de Marco, no maior centro de compras do Brasil, nao pude deixar de parar e registrar um momento nao so’ de arte, mas de renovacao da Fe’, da esperanca de ver um mundo mais justo e mais integrado com a natureza, papel de prioridade na vida de Sao Francisco de Assis.
Um homem rico que adotou a "Dama Pobreza", que foi santo, poeta, ecologista, pacifista, renovador, irmão de todos os seres e que respeitando e venerando acima de tudo a Deus, criou o seu próprio caminho, trilhado em meio a grandes dúvidas e dificuldades, mas sempre apoiado em sua Fé.
Filho de Pietro e Dona Pica Bernardone, Francisco nasceu entre 1181 e 1182 , na cidade de Assis, no centro da Itália. Seu pai era um rico e próspero comerciante de tecidos, que viajava frequentemente em negócios principalmente para França, de onde trazia a maior parte de suas mercadorias. Foi de lá também que ele trouxe sua linda e bondosa esposa. Dona Pica, aceitando a mensagem Divina entregue por um mendigo que batia `a sua porta no momento do parto, deu a luz no estabulo de sua casa, em meio aos animais, onde hoje se encontra uma Capela em sua homenagem.
Mesmo enfrentando uma Guerra, ainda encontrava forças para reconfortar e reanimar a seus companheiros de infortúnio. Costumava dizer: "Como quereis que eu fique triste, sabendo que grandes coisas me esperam? O mundo inteiro ainda falará de mim!"
Inquieto e insatisfeito, mas não sabia bem por quê, percorria campos e florestas em busca de lugares mais tranquilos e respostas para suas dúvidas e inquietações.
Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, que sempre lhe parecera um ser horripilante, mas mesmoa ssim apeou o cavalo, e, colocando naquelas mãos sangrentas seu dinheiro, aplicou ao leproso um beijo de amizade. Talvez a motivação para este nobre e significativo gesto tenha sido a recordação daquela frase do Evangelho: "Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos, é a mim que o fazeis" (Mt 10,42).
Foi fundando varias ordens religiosas que Sao Francisco encontrou uma maneira de nao excluir ninguem da possibilidade de ser seguidor (a) de Cristo.
Oracao de Sao Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado;
Compreender que ser compreendido,
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se nasce
para a vida eterna...
